sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Comendo na frente da menina

Voltando ao assunto “conquistar uma menina”, dessa vez quero falar sobre como a gente se comporta quando vai comer alguma coisa na frente da garota que gosta. Nós tentamos fazer charme das piores maneiras possíveis, pode reparar! Já vi garotos que seguram as batatas fritas como se fosse um cigarro (ainda bem que não é um kibe, senão iria parecer um modelo gigante e esquisito de charuto cubano, não?), já vi beberem milk shake sem canudo, pra mostrarem que não tem “frescuras” pra beber (realmente, é muito perigoso ingerir ovomaltine sem ser através de um canudo), entre outros atos...

Agora, o que nos deixa realmente irritados é quando estamos comendo um salgado e ele começa a se destroçar na nossa mão. Nós, que queremos parecer tão charmosos, uns verdadeiros James Bond’s, vemos tudo ir por água abaixo, junto com o pedaço de presunto que voa da nossa boca e vai parar no meio da mesa, se tornando o centro das atenções. “Hey, seu panaca! Eu voei da sua boca e consegui atrair o olhar da sua menina! E eu sou um presunto, seu trouxa! Um presunto! Incompetente! Hahaha!”. Ficamos sem ação, e com ódio do presunto.

Até em algo simples, como uma bala, é possível arranjarmos problemas. As de mastigar, especificamente, são traiçoeiras. Ela em nossa boca é como um explorador na mata: às vezes atravessa direto, às vezes arruma um lugar pra parar. “É... Meu caminho até o estômago vai ser longo. Melhor eu dar uma descansada por aqui. Adorei este canto entre a gengiva e o siso! Aqui está ótimo! É, acho que vou ficar por aqui hoje”, e gruda lá de vez, para nosso desespero. Mesmo que nossa língua fique insistindo pra ela se retirar, a bala é resistente! E quando fazemos isso, tentamos disfarçar pra menina. Mas acho que, no fundo, ela sabe que, enquanto parecemos estar tranqüilos, se trava uma verdadeira batalha medieval entre nossos dentes. Não há como fugir, os estalos nos denunciam.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Discutindo por dinheiro

Discutir com amigos é algo totalmente natural. Discute-se por coisas que foram ditas pelas costas (as conhecidíssimas “fofocas”), discute-se por não termos ido à festa dele... Até quando a ligação cai é motivo de discussão, pois um amigo pode achar que o outro desligou na cara dele. Todos esses bate-bocas são completamente aceitáveis, mas tem um tipo de desentendimento que eu nunca consegui compreender: a discussão por dinheiro.

Quando eu digo “discussão por dinheiro”, não estou me referindo àquela clássica de um cobrar grana do outro, pelo contrário. As brigas mais ferozes surgem quando um quer pagar a pizza, cinema ou cerveja do outro! “Você está me fazendo um favor? Está gentilmente pagando meu pedaço de pizza, apenas pela minha companhia? Como ousa? E eu que pensei que você fosse meu amigo...”. Dá pra entender?

Experimente beber duas cervejas com alguém. Quando chegar a conta, diga as palavras: “deixa que eu pago”. Repare no comportamento do outro. Primeiramente, ele vai se mostrar incrédulo. “Como assim, ‘deixa que eu pago’? Não, senhor! Eu também bebi (sempre usam esse argumento)! Faço questão de pagar minha parte, João!”. “Mas, Zé, eu recebi hoje! Tô com uma graninha sobrando, fica ‘relax’!”. Nessa parte da conversa, o Zé já se levantou e coloca o dedo na cara do João. “Seu mentecapto! Seu sem-vergonha! Não admito que você me pague essa cerveja (de dois reais, um valor altíssimo)! O que eu te fiz pra ser ofendido assim, afinal? Eu pago a minha e ponto!”. E, quando percebem, o bar todo já está olhando pra vocês, o clima fica pesado e só voltam a se falar depois de umas semanas...

Acredito que seja a discussão mais “besta” que possa existir. Não é possível que ninguém goste que outra pessoa pague as coisas quando saímos juntos pra algum lugar... Por isso, eu não discuto mais! Quer pagar a minha parte? Ou então, não aceita que eu pague? Retruco uma vez, duas, e chega. Afinal, não vou procurar encrenca com meus amigos... Ainda mais por um motivo tão “sério” desses...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Celular moderno

Me lembro do tempo em que os celulares não tinham tantas funções como os de hoje. Se atualmente as pessoas falam: “Seu celular não roda a trilogia do Poderoso Chefão? Não filma em resolução alta? É... Já vi que entrei na modernidade primeiro que você, meu caro...”, a conversa antigamente era: “Oh, o seu celular não tem nenhum joguinho? Pobre excluído... tsc tsc... Sim, sou melhor que você. Por que? Bem, eu tenho Tetris, é por isso”.

Quando vamos comprar celular, sempre nos empurram um que tire fotos. Todos sabemos que a máquina digital é bem melhor! “Ah, é pra caso você querer tirar uma foto urgente e não estar com a máquina”, a vendedora me fala. O que pode ser urgente? Um assalto? “Com licença, senhor bandido, poderia devolver a bolsa pra moça e pegar de novo? É que não deu tempo de eu sacar meu celular da calça, sabe como são esses bolsos...”.

E quanto a filmar? As filmagens de celular é que se parecem com Tetris! Todos ficamos quadrados e tudo fica distorcido. Filmagem urgente? “Olha, uma carreta está virando e parece estar vindo na nossa direção!”. “Sério? Vou filmar com meu celular moderno”. E, quando vemos as imagens, a carreta nos lembra, na verdade, um Digimon. E com raiva.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

As frases-feitas

Conquistar uma menina é extremamente difícil. É um verdadeiro trabalho de Hércules, com todo respeito ao Minotauro e à Hidra.

Nossos maiores obstáculos são as frases-feitas que elas nos dão como desculpa; que, pra elas, soa como um argumento completamente aceitável, mas nós sabemos que não tem uma gota de verdade!

“Ah, não vou ficar com você porque você é muito meu amigo!”. “Como assim? Quer dizer que você não fica comigo... porque a gente se dá bem? Ah, então o tio da cantina tem mais chance? Digo, uma vez eu vi você discutir com ele, vocês são meio brigados, então deduzi isso...”

Nem o boi dorme mais com essa história. Pode acreditar, o problema é outro. Faça um regime, uma plástica, faça alguma coisa no cabelo ou algo parecido. Não ser amigo da menina também não vai ajudar, porque nesse caso ela diz: “Mas eu nem te conheço direito!”.

Outra coisa acontece quando ela diz que “acabou de sair de um relacionamento complicado”. A frase mais ouvida nessa situação é: “Eu estou numa fase muito eu!”... O que vem a ser uma “fase muito eu”? Melhor dizendo, como seria uma fase que não seja “muito eu”? “Sabe, eu estou numa fase meio ‘Sérgio Mallandro’ ultimamente...”. Isso não existe! É claro que ela está numa fase “muito eu”! Pois esse é o natural, sempre!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

"Vamos combinar"

Então, você está andando na rua e encontra aquele amigo que não vê há muito tempo. Vocês se falam, perguntam: “como vão as coisas?”, entre outras perguntas de resposta rápida, apresenta quem quer que esteja do seu lado e continua conversando. Depois, um dos dois diz: “A gente não se vê há tanto tempo! Vamos marcar alguma coisa!”. Não que a pessoa queira, de fato, rever o outro. É apenas mais uma regra da sociedade. É constrangedor! E o outro pensa: “Ah, não! Eu não quero ter que conversar com esse cara de novo! Se em dois minutos eu já quero me livrar dele, que dirá numa visita completa!”. Enfim, existe uma simples solução para isso. Duas palavras: “Vamos combinar!”.

É genial! Ao dizer essas duas palavrinhas, você adia não só um compromisso, mas adia também o ato de marcar este compromisso! No fundo, “vamos combinar” significa: “Foi legal te ver de novo, eu sei! Mas já deu! Espero te encontrar somente daqui a alguns meses, quando estiver voltando do trabalho, ou comprando pão, ou sei lá...”.

Se não fosse isso, por que não combinam ali, na hora? O que é preciso pra combinar? Basta se encontrar e dizer: em tal dia, em tal hora, estarei disponível. Ou será que existe algum ritual? “Bem, tenho que consultar meu orientador espiritual. Se a Lua estiver em Sagitário, eu te digo a que horas podemos marcar alguma coisa”.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Convenção de guarda-chuvas

Acredito que exista uma “Convenção dos Guarda-Chuvas”, algo como uma sociedade secreta entre esses objetos. Depois de certo tempo usando, algumas semanas talvez, eles se revoltam e somem das nossas vistas, como mágica! “Ei, você viu meu guarda-chuva? Agora mesmo estava debaixo da mesa!” ou “Meu Deus! Eu tinha dez guarda-chuvas no armário, sumiram todos!”.

Isso sempre acontece. É difícil vermos ele se estragar nas nossas mãos; sempre desaparece antes. Ainda existem as pessoas que tentam mantê-los por um tempo a mais. Nesses casos, eles tentam outra saída. Os céus. Saia num dia chuvoso com um guarda-chuva bastante usado e repare bem o quanto ele tenta se desvencilhar de nós para ganhar o cinzento céu nublado. Pra onde ele vai? Encontrar os amigos na dita “convenção”, provavelmente.

Apuração

Apuração de desfile de escola de samba é uma das coisas mais engraçadamente injustas. Digo, a escola não ganha apenas se fizer bonito. Não depende somente dela; depende quase exclusivamente dos jurados.

E se fosse assim no futebol? Um time faz um gol, e o juiz simplesmente não valida. “Ô, juiz! Foi gol, pô! Eu chutei de fora da área, não estava impedido!”. “Eu sei disso, filho. Mas, sabe, não gostei das suas sobrancelhas. Ah, e seu companheiro de ataque se chama ‘Wagninho Minhoca’. Isso lá é nome de coisa?”, e pronto, está explicado o motivo! Sem desculpas ou reclamações! No fundo, deve ser o sonho de qualquer juiz. E viva o carnaval!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Amor de Carnaval

Dizem que “amor de carnaval” é uma paixão intensa que se vive no curto período dos festejos carnavalescos. É uma relação forte, que as pessoas esperam o ano todo para ter novamente. Pois bem. Para a maioria das crianças, o amor de carnaval é a famosa espuminha branca. Eles esperam o ano inteiro para ter essa arma-de-espalhar-chatice nas mãos. Deve ser fantástico pra eles: “Ei, eu posso simplesmente espirrar isso para o alto no meio dos adultos? Posso tacar nos meus colegas e sujar a rua, que não tem problema? Eu amo isso aqui!”.

O que é fascinante pra eles, é irritante para os outros. Sempre tem aquele que diz: “Nah, eu não vou me sujar com isso. Eles não vão conseguir, basta ficar de olho”. Sinto lhe dizer, amigo, mas isso é impossível. Olhe para trás e verá que está com um bolo de espuma, na parte debaixo da camisa. Notando bem, parece até um pomposo rabo de coelho.

Nas mãos de uma criança inofensiva, a espuma acaba se voltando contra ela. O máximo que ela faz é sujar um pouco o braço do colega ou então tacar tudo no chão, num cantinho. No entanto, quando outras crianças percebem que ela também está segurando um frasco, partem para o ataque. Logo, logo, o pobre menino ou menina estará vestindo um belo chapéu. De espuma, obviamente.

O início de um blog

Já perceberam que todo mundo, assim que cria um blog, não sabe como se apresentar e escreve um monte de besteiras? Uns divagam sobre a internet e suas maravilhas, sobre como resistiram a ela... Outros dizem que estão "invadindo o mundo dos blogs". Aliás, "invadir" é uma palavra bastante usada nesse universo virtual. Os internautas adoram a sensação de estar "invadindo" algum lugar. "Yeah! Eu tenho o poder de invadir, eu sou um invasor! Ah, mãe, busca uma coca-cola na geladeira quando for na cozinha?". Algo meio contraditório, não?
Enfim... Espero que curtam o blog!