segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Banho na casa dos outros

Tomar banho na casa dos outros é sempre um problema. A gente tenta evitar, mas às vezes não tem jeito.

Acontece que no seu banheiro você já sabe mais ou menos onde colocar suas coisas. Sabe onde colocar a toalha, onde jogar a roupa suja, onde deixar a roupa limpa até terminar o banho... Quando a gente entra no banheiro dos outros, não conseguimos achar UM lugar sequer para colocar nada nosso! Nada, por mais que o dono da casa veja mil lugares! A gente fica lá, perdido, segurando as roupas e pensando: “O que McGyver faria nessa hora?”. Daí, você acaba improvisando: coloca a calça em cima da pia (passando o braço pra ver se num tá muito molhada), a camisa em cima da descarga, e por aí vai. A roupa suja vai no chão mesmo.

Então, nos preparamos para entrar no box. Quando colocamos o primeiro pé nele, batidas na porta: “Ô, Fulano! Olha, não liga o chuveiro todo não, senão pega fogo! Só gira até o meio! E pra água esquentar tem que dar uma vassourada no interruptor, pulando em uma perna só!”. Macetes de chuveiro, todo mundo tem. Depois do ritual, conseguimos ligá-lo sem correr riscos.

Dentro do box, nos sentimos totalmente desconfortáveis. No nosso banheiro, a gente já tem um lugar correto onde ficar, sabemos o lugar exato onde a água vai cair. No dos outros, não! Ou a ducha é muito mais estreita, e faz você tomar banho aos poucos, exercitando o pescoço pra molhar a cabeça toda; ou é muito espalhada, te obrigando a dançar balé pra pegar os fios de água que teimam em não cair juntos, indo um pra cada lado e não molhando o indivíduo por completo.

Sabonete. Se a gente leva, tudo bem. Mas se não leva, cria-se um clima esquisito lá dentro. Você olha pro sabonete da pessoa, ele olha pra você, e você pensa: “É, amigo. Eu sei que não somos muito íntimos, mas preciso de você nessa hora. Estamos juntos nessa”. Daí você o pega e começa a esfregar pelo corpo. Você o esfrega com a sensação de que “algo está errado” naquilo tudo. É como se o sabonete fosse a mão de um tarado.

Depois do sabonete, a gente pega o xampu dos outros (o que não é tão constrangedor assim), coloca na mão, e percebe que ele está cheio de... água. O que leva uma pessoa a colocar água no xampu, afinal? Fica uma coisa meio melada, meio esquisita, sabe? “Ah, Fulano, é pra render”, usam essa desculpa. Sim, mas xampu não é ki-suco! Eles não entendem isso! Eu nunca vi escrito numa embalagem de xampu: FAZ 2 LITROS.

Terminamos o banho, nos enxugamos, catamos a roupa espalhada pelo banheiro, e olhamos para a roupa suja que deixamos no chão. Encaramos aquele amontoado de intimidade nossa, lembramos que não trouxemos um saco plástico e pensamos: “Puuutz... Como vou passar com isso pela casa dos outros?”. Daí, a gente embala a cueca (ou calcinha, no caso das mulheres) no meio das peças convencionais, de forma que não apareça nem mesmo uma brechinha. É como uma missão de espionagem: se deixarmos aparecer a cor da nossa cueca na casa dos outros, a missão falhou. É uma tarefa de alta periculosidade, pois o constrangimento poderá afetar a amizade pelo resto da vida! Saímos do banheiro com o amontoado de roupas embaixo do braço, segurando firme e andando sempre em frente, tentando agir com naturalidade (o que nunca dá certo, a tensão fica estampada na nossa cara), até chegarmos sãos e salvos à nossa mala/mochila/bolsa. Ufa!

6 comentários:

Sylvia de Sá disse...

hahahahahahahahaha

Excelente!
Sensacional!

Todo chuveiro tem um macete mesmo!
Quando é a minha primeira vez com um chuveiro, eu sempre pergunto se tem algum truque! hahahaha

E a história da roupa íntima e a missão de escondê-la entre a roupa suja deve ser uma unanimidade mundial! hahahahaha

Ótimo! Divertido, como sempre.

Beijão!

Fofy disse...

Huahuauhahuuhahuahuauhauh


Muito bom...
Eu só fico bolada com o lance do sabonete, pq eu só uso sabonete de nenem... Ai eu sempre levo o meu.. e eu evito lavar o cabelo na casa dos outros.. pq só uso o meu shampoo.. sabe como é mulher né.. ahauuhaua

Anônimo disse...

AMEI!

Tenho algo a ressaltar sobre o chuveiro... ahuaha.. eu nunca acerto a torneira quente... ligo a fria.. ai desligo.. ai ligo a quente.. só que não esquenta.. ai fico tensa ligo a outra.. e no final das contas tomo banho frio mesmo! ahuahuaha
E sabe o que os amigos falam? Ai deixa de ser besta era só ligar a outra.. Mas aprendi algo... a quente é sempre a troneira da esquerda!
Mas o pior de tudo é quando vamos lavar a cabeça.. depois de cabelos e corpo molhados.. descobrimos que o pote de shampoo esta vazio.. e o de condicionador.. era um outro de shampoo... hauaua DESESPERADOR!
Mas no final das contas da tudo certo...
Beijosss Andréia.
Beijosssssss Andréia

Anônimo disse...

caracaaaaa!!!
vc falo tudo nesse texto!! rsrsrsrsrs....
eh exatamente assim que agnt faz!! e naum importa o lugar, mesmo q seja na casa daquele seu melhor amigo onde vc ta sempre! rsrsrsrsr!!
vc arrebenta!!!
bjuam

Ruth disse...

kkkkkkkkkkkkk...
adorei essa do banheiro na casa dos outros!

beijos

Anônimo disse...

Dan,

Só voce mesmo pra fazer me rir em um dia tedioso de trabalho. E ainda sob outros aspectos não mencionaveis no mesmo... o banho chega na casa alheia chega a somar um desgaste mental muito grande! Por isso que eu sou exagerada e levo tudo comigo... hehehe porque vc meu amigo, nunca tentou usar maquiagem alheia, sempre te dão aquele batom guardado da mãe da sua amiga, que voce abre passa e fica só numa região e parece que nunca vai sair. Voce usa papel higienico e fica pior, borrando tudo... sem conta nos lápis de olho que SEMPRE acarretam lágrimas de irritação. Ai voce logo pensa que marca "vagabunda"... sem falar nos perfurmes doces que voce passa, e imeditamente uma súbita dor de cabeça detona o resto da sua estadia.

bjs carol listo