quarta-feira, 28 de maio de 2008

Passando Informações

Quando estamos andando na rua, ou simplesmente conversando com amigos, muitas vezes um carro pára pra nos pedir informação. E o que você faz se não souber ajudá-lo? Ajuda assim mesmo! Nunca damos o braço a torcer. Falamos qualquer besteira, mas nunca dizemos: “É, amigo, não sei. Fica pra próxima”.

O engraçado é que sempre falamos até o ponto onde sabemos, mesmo que não seja nem um pouco significativo! “Olha, o senhor vai direto, e... tá vendo aquela senhora ali, a uns dois metros daqui? Então, chegando nela, é só perguntar que ela vai saber te informar, ok?”. E o sujeito sai com o carro, nos deixando com a sensação de que ajudamos pra caramba. “É, eu sei tudo do meu bairro! Eu sou o cara!”.

E, por favor, o que significa “segue a vida toda”? “Olha, o senhor pega essa próxima rua, entra na Avenida Brasil, segue a vida toda e dobra à esquerda”. Sabe, acho melhor a pessoa não dar ouvidos a essa dica. Afinal, ninguém quer passar o resto da vida dirigindo um carro na Av.Brasil, e é isso o que mandamos o sujeito fazer quando falamos “segue a vida toda”. Não podia ser, pelo menos: “Olha, entra na Brasil, segue até uns trinta anos, e vira à esquerda”. Mais fácil assim, não?

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Seguranças

Eu sempre tive uma dúvida. Afinal de contas, por que os seguranças usam terno? Não querendo menosprezar o serviço dos rapazes, mas, para realizarem seu trabalho, eles realmente precisam estar impecáveis? É algo meio contraditório, porque a chance de amassar a roupa é muito grande. “Olha lá! Um penetra querendo entrar pulando o muro! Pega ele, Tonhão! Ah, mas olha, não vá sujar o seu terninho!”
Além do que, acredito que os seguranças tenham que passar uma sensação de perigo para “infratores”, por assim dizer. Ora, acho que um terno não é o melhor traje para isso. Não seria muito mais coerente um kimono?

Quando estão trabalhando em shows, deve ser confuso na cabeça deles. Afinal, eles não vão ver o artista (que estará atrás deles, no bom sentido). Só vão ver o público. Imagino o que eles pensam num show de axé, por exemplo: “É, hoje vai ser um espetáculo”, “A Ivete? Mas a gente nem vai ver ela cantando!”, “Nah, me refiro às meninas de abadá! E os foras fenomenais que os moleques levam também são show de bola! Quando tem tapa, pra mim, já vale o ingresso – opa, o expediente! Adoro esses shows de axé, hehe!”.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Conversas Fragmentadas

É impressionante a quantidade de fragmentos de histórias que ouvimos enquanto andamos na rua, no shopping, ou em qualquer lugar público. Vêm conversando duas senhoras: “Menina, ela descobriu que ele botava chifre na esposa!”, “E aí?”, “Ah, aí um dia ela pegou a faca e...”. Que vontade de saber o final dessa história digna de novela mexicana, não é? Bem, mas o sinal fechou e você teve que atravessar a rua. E lá se vão as senhoras, gesticulando empolgadas, te deixando curioso.

Ouvir telefonemas também é algo bem divertido quando se está sozinho, ou entediado, esperando alguém chegar. Ligações de gente que reclama com operadoras de telefone são o “top de linha” do divertimento. A gente vai captando as pequenas alterações na pessoa. Quando ela começa a aumentar um pouco a voz, pode reparar, você vai começar a sorrir. Se estiver com algum conhecido do lado, você olha pra ele e os dois fazem uma careta do tipo: “Brabo o moço, não?”.

Se a pessoa começar a gritar no telefone, então, é o ápice. Nesse momento, todo mundo já começa a olhar pra ela, como se fosse uma tv de plasma passando a final da Copa do Mundo (com o Brasil jogando!). “Eu não quero mais essa droga de telefone! Eu quero que vocês se lasquem! Seus filhos de uma égua! Arrrrgh!”. O clássico “estão olhando o quê?”, dito pelo estressado, também se faz presente. Ora, sinceramente, o que o sujeito acha que estamos olhando? “Desculpe, senhor. Mas essa mancha de mostarda no seu canto da boca nos chamou a atenção. Aliás, minto. Na verdade, estamos olhando sua sobrancelha que lembra, incrivelmente, uma lacraia”.

No momento que ele desliga o telefone, todo mundo fica com medo do estressado vir falar com você. Mesmo que seja algo simples. “É revoltante! Eu fico indignado com essa gente! Cê num concorda?”. Se ele falasse que apóia a candidatura de Carla Perez à presidência da República, você concordaria. É natural, num caso desses. Ele é “O Estressado”, afinal. Concordamos e tentamos sair de perto o mais rápido possível. Afinal, nós queremos assistir ao show. Fazer parte dele são outros quinhentos.