Provavelmente minha festa de 30 anos vai ser assim:
Fazer aniversário é sempre uma experiência curiosa... A gente fica meio reflexivo, pensando no que já fez da vida; se o copo está meio cheio ou meio vazio... Daí enche o copo de álcool, e continua refletindo...
Completei 23 anos hoje.
Fui jantar com minha família num restaurante do shopping, algo não muito típico pra uma terça-feira (ainda mais chuvosa) e meus pais fizeram pedidos, digamos, excêntricos.
Minha mãe pediu ravioli de queijo coalho, com “toques” de damasco. Meu pai pediu camarões empanados.
Vamos ao ravioli.
Minha mãe pensou, como boa freqüentadora de praia que é, que o “queijo coalho” viria em sua forma “queijo coalho” de ser. No máximo uns pedaços cortados, dourados em damasco e tal, junto com belos raviolis... Qual não foi nossa surpresa quando vimos o prato. Afinal, não lembrávamos de ler a palavra “piscina”ou “alagamento” na descrição. Era uma verdadeira bacia de queijo líquido, e os raviolis boiando, pedindo socorro. Me lembrou Titanic. Não iria me espantar se, do meio da enchente de queijo, saísse Celine Dion cantando “My Heart Will Go On”. (Nesse caso, o título mais apropriado seria “My Heart Will Stop Working” ou “My Heart Will Quit”, devido ao colesterol daquele prato).
Agora os camarões.
Eles estavam até bons, segundo meu pai. Porém, os cascudos frutos do mar já vieram prontos pra guerra, devido às armaduras que estavam vestindo. Nomeei o maiorzinho de Rei Arthur.
Não sabíamos, afinal, que “empanado” queria dizer “portando proteção indestrutível”. Meu pai disse, do alto de sua reflexão: “São os Power Rangers?”
Enfim, é bom ir nesses lugares mais requintados de vez em quando, pra dar risadas com essas situações. Eu e meu irmão pedimos filé com batatas noisette (tipo umas bolinhas de batata frita, comi uma vez e foi paixão à primeira vista), e não teve erro. Não adianta inventar muito nesses lugares. Quando vejo um nome de prato difícil, o cérebro já manda uma mensagem pro estômago, dizendo: “É, camarada... vai acordando o tradutor, que vem gringo aí, pelo jeito”. No que o estômago responde: “Orra, tradutor tá de férias, bicho, vai dificultar o diálogo aqui embaixo! Manda ele escolher o filé, que é melhor! Ô, nariz, capta aí uma fumaça de churrasco pra essa anta!"
Voltando às reflexões... O engraçado é que ainda não me sinto adulto. Disse pra um amigo que só vou me sentir adulto com 26 anos. Acho que 26 anos é aquela idade limite, onde nem pra jovem de “Malhação” você serve mais. De 26 anos em diante, dizem que fica feio ganhar ovo de Páscoa, ter uma estante de brinquedos no quarto, passar o fim-de-semana jogando videogame... Será que fica feio eu não dar a mínima pra isso?
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