Uma coisa que sempre me impressiona são essas lojinhas perto de nossas casas que têm de tudo. Quando eu falo “tem de tudo”, parece até modo de dizer, mas não. Elas têm de tudo mesmo.
Você entra para comprar um simples guache para um trabalho de escola e sai de lá com uma coleção inteira de obras-de-arte. Entra para comprar um band-aid e sai já com um atestado médico. E por aí vai.
Geralmente, essas lojas são bastante antigas, e os atendentes (e proprietários) são idosos carrancudos envoltos em mistério. Ninguém sabe muito bem de onde vieram, ou como foram parar ali. Não deixa de ser um contraste bem bizarro eles terem essa cara de mau e venderem adesivos da Hello Kitty e canetas coloridas. É como se o Darth Vader colocasse uma avental e fosse vender doces, entende? Não combina.
Exageros à parte, às vezes acho que os donos dessas lojas são pessoas muito indecisas. Eles estavam em dúvida se abririam uma loja de ferragens, uma papelaria, uma loja de piscinas, uma loja de eletrodomésticos, uma firma de advocacia ou uma produtora de cinema. Acabaram abrindo uma que abrigasse todas as áreas, com produtos custando R$ 1,99. É tanta coisa, que eu não me surpreenderia se o pessoal da NASA entrasse num desses lugares procurando material pra conserto de ônibus espacial, por exemplo.
É sempre bom ter essas lojas por perto, caso você precise comprar equipamentos de alpinismo, ou uma bandeira da Somália, ou uma asa-delta, ou uma bola de basquete, ou um bote inflável, ou um poodle. Se você for fazer alpinismo para erguer uma bandeira da Somália no topo da montanha, sair de lá numa asa-delta, pousar num bote inflável e jogar basquete com um poodle, não precisa se deslocar em várias lojas pra se preparar, basta ir num lugar só.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Pra todas as idades
Já repararam como músicos, apresentadores e artistas em geral adoram dizer que seu trabalho é pra “todas as idades”? Eu não entendo, pra que mentir?
Parece uma lei no mundo artístico: mesmo que você escreva óperas, nunca numa entrevista você vai poder dizer “Bem, um recado pras criancinhas: Fiquem longe dos meus palcos!”. Não. É obrigatório falar que elas adoram as apresentações, que elas são presença marcante, e que toda a equipe da TV Globinho, inclusive, está tendo aulas de canto clássico pra ver se atrai mais a audiência, tudo por causa da presença massiva de pequenos na sua ópera.
O oposto também acontece. Essas apresentadoras de programas infantis amam dizer que “Velhinhos param ela na rua para falar que assistem toda manhã! Não são fofos?”. Não! Não são fofos! É só uma fórmula matemática, acompanhem: bela loira + roupa apertada + voz manhosa = audiência de senhores de idade a qualquer hora do dia.
Talvez seja por isso que a Xuxa deixou bem claro nos seus dvd's: “Isso é SÓ PARA BAIXINHOS, cacete! “Todas as idades”, uma ova! Nada de mulheres quase peladas aqui, seus tarados. Aqui você só vai encontrar de Tchutchucão pra baixo. Sacou, coroa? E um aviso pro Romário e sujeitos de pequena estatura em geral: nem tentem! Baixinho aqui tem outro sentido!”
Parece uma lei no mundo artístico: mesmo que você escreva óperas, nunca numa entrevista você vai poder dizer “Bem, um recado pras criancinhas: Fiquem longe dos meus palcos!”. Não. É obrigatório falar que elas adoram as apresentações, que elas são presença marcante, e que toda a equipe da TV Globinho, inclusive, está tendo aulas de canto clássico pra ver se atrai mais a audiência, tudo por causa da presença massiva de pequenos na sua ópera.
O oposto também acontece. Essas apresentadoras de programas infantis amam dizer que “Velhinhos param ela na rua para falar que assistem toda manhã! Não são fofos?”. Não! Não são fofos! É só uma fórmula matemática, acompanhem: bela loira + roupa apertada + voz manhosa = audiência de senhores de idade a qualquer hora do dia.
Talvez seja por isso que a Xuxa deixou bem claro nos seus dvd's: “Isso é SÓ PARA BAIXINHOS, cacete! “Todas as idades”, uma ova! Nada de mulheres quase peladas aqui, seus tarados. Aqui você só vai encontrar de Tchutchucão pra baixo. Sacou, coroa? E um aviso pro Romário e sujeitos de pequena estatura em geral: nem tentem! Baixinho aqui tem outro sentido!”
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