segunda-feira, 17 de março de 2008

É Páscoa!

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Páscoa é uma data que chega rápido. Assim que o sujeito dá a última nota das escolas de samba, já podemos ver os orelhudos coelhinhos dominando desde megalojas até vendinhas de esquina. “Acadêmicos do Pneu Furado... Dez! Nota dez!”, “É, ganhou, ganhou, mas dá licença, que agora sou eu!”, diz o felpudo.

Uma coisa que eu nunca entendi direito é: por que um ovo de chocolate? Coelho bota ovo? “Ah, mas é o significado da vida! E coelhos têm muitos filhos! Filhos são igual a vida”. Sim, até aí tudo bem. Mas, mesmo que coelho botasse ovo, o que iriam parir? Um brinquedo? “Olha, querido! É um... é um... apito!” “Puxa, querida! Que ótimo! Eu preferia uma língua-de-sogra, mas esse apito também vai ser amado! O importante é ter saúde e fazer barulhinho. ‘Cuti cuti’!”.

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Dizem que a fase de transição da infância pra a adolescência acontece com as mudanças hormonais; ou com o grau de dificuldade na escola, que vai aumentando. Pode ser, mas é na Páscoa que temos certeza se já somos adolescentes ou não. E como saber isso? Bem, se você sempre ganhava ovos de Páscoa e desta vez recebeu uma caixa de bombons, parabéns (ou não)! Você é um adolescente. A partir daí, se quiser um ovo, vai ter que comprar! Pode ir na birosca mais próxima; lá vai ter um ovo da última Páscoa, quebrado, te esperando sorridente. E não repare se o coelhinho parecer um “Gremilin”. É só a embalagem que está amassada.

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O que será que o Coelhinho da Páscoa faz durante o resto do ano? O velho Noel fica lá no pólo norte com sua senhora, bebendo coca-cola (ouvi dizer que já não agüenta mais tomar isso, só que a Coca paga todas as suas dívidas; então, ai dele se tomar guaraná); já o coelhinho, ninguém sabe. Acho que eles moram embaixo da terra e quando vai chegando essa época, eles entram nas gigantescas filas de emprego que se abrem pra saírem nas embalagens dos ovos de páscoa. Os cargos mais disputados são para representar a Garoto e a Nestlé. Saem brigas monumentais entre os pequenos orelhudos. “Hey! Eu cheguei na frente! Furando fila aí, oh!” “Eu sou o mais velho, então tenho direito passsar a frente!”. Vendo a discussão ficar mais feia, o fiscal diz: “Mais velho? Sinto muito, amigo. Vá comer cenouras em outro lugar, aqui precisamos de fofinhos, e seu pêlo está gasto, não nos interessa” “Nem ligo! No Guanabara tem vaga pra mim, seus inúteis! E ainda trabalho com o André Marques e com o Leonardo! Cof cof!”.

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No comercial do (quase) supermercado Multi Market, aparece uma galinha vendendo ovos de Páscoa! Isso sim faz sentido! “Eles me ouviram!”, pensei na hora. Mas, quando apareceu um porco no mesmo comercial, vendendo os mesmos ovos, eu desisti. Deixei pra lá.

Boa Páscoa a todos!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Boas-vindas

Quando perguntam qual objeto tem a vida mais ingrata, todos respondem: o papel higiênico. Bem, eu discordo! Já pararam pra pensar como deve ser a vida de um tapete de “boas-vindas”? Ele está lá, todo feliz, com suas belas letras saudando nossa chegada, nos cumprimentando e nos desejando bem... E o que fazemos? Pisamos nele! Mas não só colocamos os pés em cima, pois isso ainda seria aceitável, já que se trata de um tapete; nós esfregamos na cara dele que não ligamos! “Ei, obrigado pelas boas-vindas! Quer algo em troca? Ok, fique com este pedaço de lama como um presente. É da rua de cima, de excelente qualidade! Você vai gostar...”